O primeiro capítulo da novela exibido nesta segunda feira marcou 33 pontos de audiência, sendo que cada ponto desse equivale a 65.000 domicílios sintonizados.
Só pra constar, as novelas antecessoras por pior que fossem bateram marcas maiores: Amor a vida 35,5 pontos; Salve Jorge 35,1 pontos; e Avenida Brasil 37,3 pontos.
A trama é assinada por Manoel Carlos, ou seja, o expectador já pode esperar pela mesma ladainha de "Amor à Vida", "Páginas da Vida", etc...
Maneco é a síntese da criatividade e inovação folhetinesca:
- Praticamente todos os títulos de suas obras envolvem Amor, Vida e Família;
- As trilhas sonoras são compostas invariavelmente de bossa nova;
- O nome da personagem principal é sempre o mesmo, Helena, sempre uma mulher forte e determinada (sic);
- A trama sempre se passa no Rio de Janeiro, mais especificamente na Zona Sul da cidade maravilhosa;
- Tentando trazer alguma utilidade para a sua obra Maneco aborda superficialmente algum tema polêmico;
Dessa vez o folhetim vai se passar entre 1980 e 2014, girando em torno da obsessão de Laerte (Gabriel Braga Nunes) pela sua prima Helena (Julia Lemmertz), agravada por Virgilio (Humberto Martins), amigo de Helena que desafia a virilidade de Laerte.
Os temas de utilidade pública dessa vez serão o mal de Parkinson, alcoolismo e homossexualidade, que como nas obras anteriores, lamentavelmente terão aquela abordagem incessante e superficial o suficiente para ser digerida pelo grande público.
Até hoje o assunto que teve o destaque mais próximo do positivo nas redes sociais foi a vilã Shirley, interpretada por Giovanna Rispoli na primeira fase da novela.
O destaque aparentemente se deve em razão da imprevisibilidade de sua vilania, que nos primeiros capítulos omite socorro à Helena durante um afogamento. (Uau!!!)
Em uma sociedade onde o acesso à informação é cada vez mais rápido e as pessoas podem beber de diversas fontes com a facilidade de um clique, é bastante controverso a emissora de TV aberta com os maiores índices de audiência, insistir em um folhetim invariavelmente previsível que terá cerca de 200 capítulos que seriam facilmente resumidos em menos de uma dúzia sem perder nenhum conteúdo.
O baixo índice de IBOPE pode ser resultado disso.
Mas quem é o público alvo deste tipo de entretenimento?
Infelizmente não são todos que podem desfrutar da rapidez da informação ou simplesmente não se adaptam a este fenômeno, para os quais a mesma história pode ser contada diversas vezes e ainda ser interessante. Há também aqueles que se valem desta forma de entretenimento apenas para se desligarem do seu cotidiano. Características que não podem ser encaradas como depreciativas, todavia os números do Ibope revelam que com o avanço dos tempos este perfil de telespectador vem diminuindo.
De uma forma ou de outra a grande maioria da população que estiver sintonizada no folhetim se sujeitará a aproximadamente 200 capítulos de Manuel Carlos e sua imprevisibilidade, cheios de surpresas e reviravoltas, consumindo horas a fio de propagandas.
Para o bem do Plim Plim, e infelicidade geral da nação!
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